quinta-feira, 5 de abril de 2012

ATITUDES CORRETAS DIANTE DE UM ALUNO COM DEFICIÊNCIA




          

Muitas educadores não deficientes ficam confusos quando encontram uma pessoa com deficiência. Isso é natural. Todos nós podemos nos sentir desconfortáveis diante do "diferente".

Esse desconforto diminui e pode até mesmo desaparecer quando existem muitas oportunidades de convivência entre pessoas deficientes e não-deficientes.

Segue abaixo algumas dicas de como se comportar diante de uma pessoa com deficiência:

  • Não faça de conta que a deficiência não existe. Se você se relacionar com um aluno deficiente como se ele não tivesse uma deficiência, você vai estar ignorando uma característica muito importante dele. Dessa forma, você não estará se relacionando com ele, mas com outra pessoa, uma que você inventou, que não é real.
  • Aceite a deficiência. Ela existe e você precisa levá-la na sua devida consideração. Não subestime as possibilidades, nem superestime as dificuldades e vice-versa.
  • Os alunos com deficiência têm o direito, podem e querem tomar suas próprias decisões e assumir a responsabilidade por suas escolhas.
  • Ter uma deficiência não faz com que uma pessoa seja melhor ou pior do que uma pessoa não deficiente. Provavelmente, por causa da deficiência, essa pessoa pode ter dificuldade para realizar algumas atividades e, por outro lado, poderá ter extrema habilidade para fazer outras coisas. Exatamente como todo mundo.
  • A maioria dos alunos com deficiência não se importam de responder perguntas, principalmente aquelas feitas por crianças, a respeito da sua deficiência e como ela realiza algumas tarefas. Mas, se você não tem muita intimidade com o aluno, evite fazer muitas perguntas muito íntimas.
  • Quando quiser alguma informação de um aluno deficiente, dirija-se diretamente a ele e não a seus acompanhantes ou intérpretes.
  • Sempre que quiser ajudar, ofereça ajuda. Sempre espere sua oferta ser aceita, antes de ajudar. Sempre pergunte a forma mais adequada para fazê-lo. Mas não se ofenda se seu oferecimento for recusado. Pois, nem sempre, as pessoas com deficiência precisam de auxílio. Às vezes, uma determinada atividade pode ser mais bem desenvolvida sem assistência.
  • Se você não se sentir confortável ou seguro para fazer alguma coisa solicitada por um aluno deficiente, sinta-se livre para recusar. Neste caso, seria conveniente procurar outra pessoa que possa ajudar.
  • Os alunos com deficiência são pessoas como você. Têm os mesmos direitos, os mesmos sentimentos, os mesmos receios, os mesmos sonhos.
  • Você não deve ter receio de fazer ou dizer alguma coisa errada. Aja com naturalidade e tudo vai dar certo. Se ocorrer alguma situação embaraçosa, uma boa dose de delicadeza, sinceridade e bom humor nunca falham.



Pessoas surdas ou com deficiência auditiva:


  • Não é correto dizer que alguém é surdo-mudo. Muitas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a falar. Muitas fazem a leitura labial, outras não.
  • Quando quiser falar com uma pessoa surda, se ela não estiver prestando atenção em você, acene para ela ou toque, levemente, em seu braço. Quando estiver conversando com uma pessoa surda, fale de maneira clara, pronunciando bem as palavras, mas não exagere. Use a sua velocidade normal, a não ser que lhe peçam para falar mais devagar. Use um tom normal de voz, a não ser que lhe peçam para falar mais alto. Gritar nunca adianta. Fale diretamente com a pessoa, não de lado ou atrás dela. Faça com que a sua boca esteja bem visível. Gesticular ou segurar algo em frente à boca torna impossível a leitura labial. Usar bigode também atrapalha. Quando falar com uma pessoa surda, tente ficar num lugar iluminado. Evite ficar contra a luz (de uma janela, por exemplo), pois isso dificulta ver o seu rosto.
  • Se você souber alguma linguagem de sinais, tente usá-la. Se a pessoa surda tiver dificuldade em entender, avisará. De modo geral, suas tentativas serão apreciadas e estimuladas.
  • Seja expressivo ao falar. Como as pessoas surdas não podem ouvir mudanças sutis de tom de voz que indicam sentimentos de alegria, tristeza, sarcasmo ou seriedade, as expressões faciais, os gestos e o movimento do seu corpo serão excelentes indicações do que você quer dizer.
  • Enquanto estiver conversando, mantenha sempre contato visual, se você desviar o olhar, a pessoa surda pode achar que a conversa terminou.
  • Nem sempre a pessoa surda tem uma boa dicção. Se tiver dificuldade para compreender o que ela está dizendo, não se acanhe em pedir para que repita. Geralmente, as pessoas surdas não se incomodam de repetir quantas vezes for preciso para que sejam entendidas.
  • Se for necessário, comunique-se através de bilhetes. O importante é se comunicar. O método não é tão importante.
  • Quando a pessoa surda estiver acompanhada de um intérprete, dirija-se à pessoa surda, não ao intérprete.
  • Algumas pessoas mudas preferem a comunicação escrita, algumas usam linguagem em código e outras preferem códigos próprios. Estes métodos podem ser lentos, requerem paciência e concentração. Talvez você tenha que se encarregar de grande parte da conversa.
  • Tente lembrar que a comunicação é importante. Você pode ir tentando com perguntas cuja resposta seja sim/não. Se possível ajude a pessoa muda a encontrar a palavra certa, assim ela não precisará de tanto esforço para passar sua mensagem. Mas não fique ansioso, pois isso pode atrapalhar sua conversa.



O aluno com deficiência auditiva:
Os progressos tecnológicos dos últimos tempos têm ajudado bastante as pessoas que apresentam falhas auditivas. Para minimizar o problema da deficiência auditiva na escola, há dois métodos:

  • método oralista
  • método gestualista

Ou ainda…

  • Prótese auditivas
  • Equipamentos autônomos de amplificação por frequência modulada.

O importante professor é se comunicar!


Pessoas cegas:


  • Ao aproximar-se de um cego, deixe que ele perceba sua presença com um simples toque.
  • Qualquer que seja o meio de comunicação adotado, faça-o gentilmente.
  • Combine com ele um sinal para que ele o identifique.
  • Aprenda e use qualquer que seja o método de comunicação que ele saiba. Se houver um método, conheça-o, mesmo que elementar.
  • Se houver um método mais adequado que lhe possa ser útil, ajude-o a aprender.
  • Tenha a certeza de que ele o percebe, e que você também o está percebendo.
  • Se houver outras pessoas presentes, avise-o quando for apropriado para ele falar.
  • Avise-o sempre do que o rodeia.
  • Informe-o sempre de quando você vai sair, mesmo que seja por um curto espaço de tempo. Assegure-se que fica confortável e em segurança. Se não estiver, vai precisar de algo para se apoiar durante a sua ausência. Coloque a mão dele no que servirá de apoio. Nunca o deixe sozinho num ambiente que não lhe seja familiar.
  • Mantenha-se próximo dele para que ele perceba a sua presença.
  • Ao andar deixe-o apoiar-se no braço, nunca o empurre à sua frente.
  • Utilize sinais simples para o avisar da presença de escadas, uma porta ou um carro.
  • Um cego que esteja se apoiando no seu braço, perceberá qualquer mudança do seu andar.
  • Confie na sua cortesia, consideração e senso comum. Serão de esperar algumas dificuldades na comunicação.
  • Escreva na palma da mão do cego com o seu dedo indicador.
  • Qualquer pessoa que saiba escrever letras maiúsculas, pode fazê-lo na mão do indivíduo cego, além de traços, setas, números, para indicar a direção, e do número de pancadas na mão, que podem indicar quantidades.
  • Escreva só na área da palma da mão e não tente juntar as letras. quando quiser passar a escrever números, faça um ponto, com o indicador, na base da palma de sua mão, isso lhe indicará que dali em diante virá um número.

O aluno deficiente visual:

  • Lembre-se que os alunos com deficiência visual não constituem um grupo homogêneo, os portadores de deficiência visual apresentam uma variação de perdas que se poderão manifestar em diferentes graus de acuidade visual;
  • A escola deve estimular a estimulação sensorial do aluno:

a) Estimulação visual:
  • Motivar a criança a alcançar, tocar, manipular e reconhecer o objecto;
  • Ensinar a “olhar” para o rosto de quem fala;
  • Ajustar uma área onde a criança possa brincar em segurança e onde os objetos estejam ao alcance dos seus braços; 
  • O educador pode usar fita-cola de diferentes cores para contrastarem com os objetos da criança, de modo a torná-los mais visíveis.
b) Estimulação tato:
  • Descriminar diferentes texturas;
  • Experimentar materiais com formas e feitios com contornos nítidos e cores vivas;
  • Distinguir a temperatura dos líquidos e sólidos;
  • Mostrar como pode manipular o objecto.
c) Estimulação auditiva:
  • Ouvir barulhos ambientais, gravadores, rádios…; 
  • Identificar sons simples;
  • Distinguir timbres e volumes dos sons; 
  • Discriminar a diferença entre duas frases quase iguais;
  • Desenvolver a memória auditiva selectiva.
d) Estimulação do olfato e do paladar:
  • Provar e cheirar diferentes comidas (salgadas, doces e amargas);
  • Cheirar vinagre, perfumes, detergentes, sabonetes e outros líquidos com cheiros fortes
Currículo escolar e a deficiência visual: Os programas educativos direccionados para os deficientes visuais devem ir ao encontro das mesmas áreas e actividades que se encontram nos programas regulares(sendo feitas adaptações consoante as necessidades e dificuldades dos alunos).

Orientação e movimentação da Criança com D.V. no espaço: Processo prolongado e sequenciado que deve começar o mais cedo possível. As técnicas mais utilizadas são:

  • Guia normovisual;
  • Uso da bengala;
  • Cão Guia;
  • Etc.

A aprendizagem da criança com deficiência visual: A capacidade de aprendizagem de uma criança não está directamente relacionada com o seu grau de visão; 

Adaptação do Espaço: Serão necessárias adaptações no espaço se a dificuldade de visão for acrescida de outras;

  • É necessário que o Deficiente visual conheça o ambiente escolar;
  • Na sala de aula é necessário: Comunicação Oral; Condições de iluminação; Organização do espaço e dos materiais;



Pessoas com Deficiência Mental:

  • Você deve agir naturalmente ao dirigir-se a uma pessoa com deficiência intelectual. Trate-as com respeito e consideração. Se for uma criança, trate como criança. Se for adolescente, trate-a como adolescente. Se for uma pessoa adulta, trate-a como tal.
  • Não as ignore. Cumprimente e despeça-se delas normalmente, como faria com qualquer pessoa.
  • Dê atenção a elas, converse e vai ver como será divertido. Seja natural, diga palavras amistosas.
  • Não superproteja. Deixe que ela faça ou tente fazer sozinha tudo o que puder. Ajude apenas quando for realmente necessário. Não subestime sua inteligência. As pessoas com deficiência intelectual levam mais tempo para aprender, mas podem adquirir muitas habilidades intelectuais e sociais.
  • Lembre-se: o respeito está em primeiro lugar e só existe quando há troca de idéias, informações e vontades. Por maior que seja a deficiência, lembre-se da eficiência da pessoa que ali está.
  • As pessoas com deficiência intelectual, geralmente, são muito carinhosas. Deficiência intelectual não deve ser confundida com doença mental.
  • Não se deve elogiar ou criticar uma pessoa deficiente. Trate como alguém com limitações, mas com as mesmas qualidades e defeitos de qualquer ser humano;
  • Nunca devemos superproteger o deficiente, mas permitir que ele desenvolva ao máximo suas potencialidades para que ele se torne o mais independente possível;
  • Não é preciso gritar com o cego para que ele o compreenda melhor. Cego não é surdo.
  • Mesmo que o deficiente esteja acompanhado, procure sempre se dirigir a ele quando o assunto se referir a ele mesmo.
  • Procure tratar a pessoa deficiente como alguém capaz de participar da vida de maneira produtiva, jamais demonstrando pena ou se referindo à deficiência como uma desgraça. Os deficientes não precisam da nossa piedade, só querem oportunidades.
  • Devemos sempre ajudar os deficientes. Ajudar é sinal de cortesia. Entretanto, antes de qualquer ajuda, devemos perguntar se essa ajuda é necessária e de qual auxílio ele 
    precisa;
O aluno deficiente mental:
É importante que tenhamos orientações necessárias sobre as possibilidades de desenvolvimento da criança, para que assim, possam favorecê-las desde o princípio:
  • o meio ambiente tem uma enorme influência na aprendizagem, através da estimulação direta ou indireta que é dada à criança;
  • os primeiros anos da infância são o período mais favorável para a estimulação, visto corresponderem à fase da vida em que o desenvolvimento psicofísico é mais acelerado;
  • tudo o que a educação pode oferecer à criança nestas idades requer menor esforço educativo do que nas idades posteriores.
              No período escolar deve investir no desenvolvimento de todas as potencialidades da criança deficiente, com o objectivo de a preparar para enfrentar sozinha o mundo em que tem de viver.
               Neste sentido, devem ser favorecidas todas as atividades que a ajudem a adquirir as capacidades necessárias para se desenvolver como ser humano:
  • Sociabilização;
  • Independência;
  • Destreza;
  • Domínio do corpo;
  • Capacidade perceptiva;
  • Capacidade de representação mental;
  • Linguagem:
  • Afetividade



Pessoas com Deficiência Motora:

  • Devemos promover o máximo de independência no âmbito das capacidades e limitações do aluno, mas atendendo sempre às necessidades inerentes a cada caso de deficiência, pois cada caso é um caso e deve-se encontrar sempre uma solução específica adequada.
  • Quando se conversa com um aluno em cadeira de rodas, devemo-nos lembrar sempre que, para eles é extremamente incômodo conversar com a cabeça levantada, sendo por isso melhor sentarmo-nos ao seu nível, para que o aluno se possa sentir mais confortável. 
  • Sempre que haja muita gente em corredores, bares, restaurantes, shoppings etc e estivermos a ajudar um colega em cadeira de rodas, devemos avançar a cadeira com prudência, pois a pessoa poder-se-á sentir incomodada, se magoar outras pessoas.
  • As maiores barreiras não são arquitetônicas, mas sim a falta de informação e os preconceitos.

O aluno com deficiência motora:

  • Deverão ocupar um lugar relativamente próximo do professor
  • Aqueles que necessitem de usar cadeira de rodas, devem ter mesas adaptadas, mais alta do que a dos colegas
  • A incontinência é um dos obstáculos mais desagradáveis, o professor deverá estar a par do problema e explicar aos outros alunos a situação.
  • Deverá portanto ter em atenção os horário de evacuação da criança para que não surjam situações embaraçosas

Lembre-se que a escola é muito importante para qualquer criança, tendo mais importância ainda, para uma criança com deficiência. É na escola que aos poucos a criança adquire confiança em si mesma.



Texto adaptado das seguintes fontes:



Secretaria dos Direitos das Pessoas com Deficiência. Governo do Estado de São Paulo. (Link

htpp://deficiencia.no.comunidades.net/ - Site sobre detalhamentos sobre diversos tipos de deficiências.

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