segunda-feira, 2 de abril de 2012

DEFICIENTE VISUAL: CARTOGRAFIA TÁTIL




Para os cartógrafos os mapas são veículos de transmissão de conhecimento. Dos mapas retiramos informações para a compreensão do espaço geográfico neles representados. Entretanto, o deficiente visual sempre teve dificuldade, parcial ou total, de usufruir desse instrumento de representação, muito utilizado por professores de Geografia e de outras áreas do conhecimento. 

Como compreender o mundo sem vê-lo? Sem mapas para lhe auxiliar na construção de um conceito tão abstrato como o do espaço geográfico? 

A linguagem tátil é a mais utilizada no ensino de Geografia para deficientes visuais. Quando aplicada ao ensino de Cartografia, auxilia o aluno na elaboração de seus mapas mentais, além de aumentar sua autonomia nas interpretações e análises sobre um determinado espaço geográfico (principalmente sobre aquele que vivem e atuam). 

Mas o que vem a ser a Cartografia Tátil? Em resumo, seria a confecção de mapas e outros produtos cartográficos (plantas, cartas, croqui, gráficos etc) de forma que possam ser lidos por deficientes visuais (cegos ou de baixa visão). 

O tipo mais utilizada na aplicação da Cartografia Tátil é aplicação de relevo e/ou textura sobre os mapas. Outra forma é a maquete, que pode auxiliar na representação do aluno deficiente visual de um espaço geográfico qualquer. 

Três laboratórios no Brasil se destacam na elaboração de material tátil de cartografia para Deficientes visuais: 

  • O Laboratório de Cartografia Tátil e Escolar (LABTATE/UFSC) - disponibilizando textos, artigos sobre metodologias no ensino de cartografia para deficientes visuais, inclusive materiais para download. 

  • O Centro de Análise e Planejamento Ambiental da Unesp (CEAPLA/Campus de Rio Claro) - – Que inseriam tecnologia na produção de maquetes interativas para deficientes visuais. 

  • O Laboratório de Ensino e Material Didático (LEMADI/USP) - disponibiliza em seus laboratórios diversos mapas das regiões do Brasil e com diferentes técnicas de produção. 

Vale ressaltar, de forma especial, que no ensino de cartografia tátil deve haver criatividade. São diversas os instrumentos e tipos de técnicas para a produção de mapas táteis. Cada iniciativa deve ser aplaudida com louvor!! 

Outro ponto a ser destacado é que, na produção de mapas, é necessário que avancemos além da delimitação dos limites de um território, mas busquemos levar aos nossos alunos deficientes visuais mapas temáticos, gráficos, que podem ser representados por texturas, relevos, ou mesmo na linguagem Braile. 
Algumas imagens de Mapas Táteis (Todos retirados do site do LABTATE): 



                             
    






Mãos a obra!!!
Indicações de Livros e textos sobre o tema:



Livros:


      
FREITA, Maria Isabel C. de; VENTORINI, Silvia E. (Orgs). Cartografia Tátil: Orientação e Mobilidade às Pessoas com Deficiência Visual. SP: Paco Editorial, 368 p.


NOGUEIRA. Ruth E. Motivações Hodiernas para ensinar Geografia: representações do espaço para visuais e invisuais. Florianópolis, 2009.


Textos:


ALMEIDA, L. C; LOCH, R. E. N. Mapa Tátil: Instrumento de Inclusão. In.: Portal Labtate. (Link do texto
______. Uma Cartografia Muito Especial a Serviço da Inclusão Social. In.: COBRAC 2006 – Congresso Brasileiro de Cadastro Técnico Multifinalitário – UFSC Florianópolis, 2006. (Link do texto
NASCIMENTO, R. Maquetes Geográficas Táteis e o Ensino de Geografia para Deficientes Visuais-DVs: Metodologia “Do meu passo para o espaço”. In ENPEG – 10º Encontro Nacional de Prática de Ensino em Geografia, Porto Alegre, 2009. (Link do texto
VASCONCELLOS, Regina. A cartografia tátil e o deficiente visual: uma avaliação das etapas de produção e uso do mapa. 1993. 268f. Dissertação (Tese de Doutorado) – Departamento de Geografia da F.F.L.C.H., Universidade de São Paulo, São Paulo, nov. 1993. (Impresso)

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